Os carreiros do Douro (2)
Na sequência do post anterior ... António Luís Pinto da Costa, na sua obra « Alto Douro – terra de vinho e de gente » (Edições Cosmos, Lisboa, 1999), escreve que «(…) Os cascos eram transportados pelas empinadas veredas e calçadas alto-durienses em carros de bois, especialmente concebidos para essa função: o cabeçado era ligeiramente encurvado para cima para não estrangular os animais nas descidas; o chedeiro não tinha soalho, ficando com as travessas à vista para ser mais leve; as chedas , levemente encurvadas para dentro, prologavam-se para além da última travessa do leito, para que nelas pudesse assentar-se, atravessado, um pipo de vinho, o penso dos bois ou o que fosse preciso para a viagem; as rodas, embora de madeira, tinham amplos espaços vazios e reforços de grandes pranchetas de ferro ( meias-luas ou seitoiras ), para se tornarem leves e resistentes; as molhelhas , feitas de couro e forradas a pano vermelho protegiam a cabeça do animal: o chiadoiro do eixo nas treito