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Cenas do Minho - Um carro de bois

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Um carro de bois (Desenho de M. de Macedo, segundo uma fotografia de E. Biel) É (...) o sr. Biel quem nos fornece uma magnífica fotografia donde o sr. Manuel de Macedo tirou o desenho [acima]. É um perfeito quadro colhido em flagrante na natureza e que surpreendeu aqueles homens no meio dos seus labores. Além de todo o pitoresco do local e da cena que se desenrola a nossos olhos, uma particularidade chama a atenção do observador, que é a enorme canga que descansa sobre os cachaços dos pacíficos bois. Estas cangas são vulgares em toda a província do Minho e do Douro , e elas constituem uma verdadeira curiosidade, não só pelo tamanho, como pelos lavores e arrendados que as enfeitam, uso este que vem da mais remota antiguidade e que ainda hoje se conserva com toda a beleza que o caracteriza. (1) Os carros de bois no Minho Os carros de bois sempre tiveram uma presença marcante na cultura do Minho, região do norte de Portugal.  Estes veículos eram utilizados pelos agricultores para

Lavradeira de Afife – Viana do Castelo – Alto Minho

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  Uma Lavradeira de Afife ( cliché do Sr. J. Azevedo ) Ilustração Portuguesa, nº 191 – 18 de Outubro de 1909 Afife é uma antiga freguesia localizada à beira mar, a cerca de dez quilómetros a norte da sede de concelho, Viana do Castelo ( Minho ). Confronta - a Norte,   com a freguesia de Âncora, no concelho de Caminha e Freixieiro de Soutelo, no concelho de Viana do Castelo; - a Sul, com a freguesia de Carreço e com uma pequena área da freguesia da Areosa; - a Nascente, com a freguesia de Outeiro; - a Poente, com o Oceano Atlântico. Topónimo   É possível que o topónimo Afife se trate de um genitivo antroponímico árabe, “Afif”, que inicialmente era utilizado como adjectivo para designar algo ou alguém “virtuoso”; mais tarde porém, aparecia num documento de 1108, com a designação “Afifi”, sugerindo a existência de uma “Villa Afifi”, que adquiriu o nome do seu senhor. Ao longo dos séculos, o topónimo foi apresentando diferentes grafias: Fifi, Affifi, Afifi, Afife. Há a

Mulheres minhotas: barqueiras ágeis e destemidas boiadeiras!

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Lavradeira de Portuzelo - Viana do Castelo «Mais enérgica, mais altiva, mais ativa e mesmo relativamente mais forte de que o homem, a mulher minhota é quási inteiramente independente. Não há fadiga que não suporte, trabalho a que não resista, e enquanto o homem emigra em busca duma hipotética fortuna, que quási sempre infrutiferamente lhe custa a vida, elas cavam, semeiam, plantam, racham o maior ou menor pedaço de torrão que possuem. Barqueiras ágeis, carregadoras robustas , suportando pesos que assustariam muitos ombros masculinos, destemidas boieiras , guiando os carros de aguilhada ao ombro com uma graça atrevida, logo de crianças se habituam aos mais rudes trabalhos." Barca de Passagem, em Serreleis (Viana do Castelo) Quadro de Silva Porto Maria Ribeiro Arthur In "Branco e Negro", nº73 - 1897 As destemidas boiadeiras do Minho As destemidas boieiras do Minho eram mulheres que desempenham um papel fundamental na economia e na cultura dessa região do norte de

Um palheiro minhoto - Illustração Portugueza

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Um palheiro minhoto Cliché de Emilio Biel & Cª / Trichromia de Frederico Buendia Palheiros do Minho Os palheiros minhotos são construções típicas da região do Minho, em Portugal. São conhecidos como canastros ou espigueiros . São construídos principalmente em madeira, tendo um formato retangular ou quadrado, utilizados para guardar e secar o milho. Os palheiros possuem uma estrutura elevada, com paredes de madeira entrelaçadas para permitir a circulação de ar e evitar a humidade no interior. O telhado é coberto com palha ou colmo, o que lhes confere uma aparência rústica e tradicional. A função principal dos palheiros é o armazenamento e secagem do milho, um dos principais produtos agrícolas da região. O milho era colhido e pendurado nas paredes dos palheiros para secar, sendo depois debulhado e armazenado até ser utilizado na alimentação dos animais ou na produção de farinha. Além da sua função prática, os palheiros minhotos são também considerados um símbolo d

Costume do Minho: Lavradeira conduz junta de bois!

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Um costume do Minho  (Foto de C. Dias Alves Pimenta - Lisboa) in "Echo Fotográfico", nº12 - maio 1907 "O grande orgulho da mulher minhota está todo na sua devoção aos trabalhos agrícolas. Por cima, muito acima da vaidade de possuir um traje vistoso, regional, ela coloca, como nenhuma outra, todo o seu entusiasmo, todo o seu amor, em cuidar da terra, trabalhando e cantando, lado a lado do homem. Bem sei que a mulher portuguesa, embora tenha as mãos em casa para rezar sobre o berço de um filho ou diante de um oratório, atira sempre os braços para os trabalhos mais árduos e violentos. Na mulher do Minho , a devoção ao trabalho destaca-se, porém, pela alegria com que ela anda, desde a manhã ao crepúsculo, cantando o moendo o corpo nos serviços dos campos." Guedes de Amorim (1) ***** As Lavradeiras do Minho As lavradeiras do Minho representam uma parte importante da história e cultura dessa região do norte de Portugal. Essas mulheres desempenharam um papel fund

O Zé Pereira está em Fão a divulgar festas!

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O Zé Pereira O « Zé Pereira » é a denominação pitoresca dum grupo musical mais pitoresco ainda, no nosso Minho , tendo por únicos instrumentos  o bombo e o tambor , onde o pulso minhoto não bate menos rijo que no milho das eiras. É ele que anda a anunciar pelas aldeias com antecedência as festas que se vão realizar, causando verdadeiro assombro. E não serve apenas de reclamo estrugidor às festas, também se guinda nelas à altura de concertista. Este « Zé Pereira » está justamente dando um concerto de «música clássica» em frente da casa Lealdade, na Rua Direita, de Fão. Algumas empresas de espectáculos das grandes cidades têm procurado transplantar o « Zé Pereira » para o seu reclamo, mas não o têm conseguido. Não é coisa que se aclime assim. Tirá-lo do seu Minho , com o encanto das suas serranias, dos seus costumes e das suas tradições, é tira-lhes a graça, é dar cabo dele! Ilustração Portuguesa, nº375 -  28 de Abril de 1913 Sugestões: Lavradeiras de Santa Marta (Viana) espadelando, fi

Lavradeiras de Santa Marta (Viana) espadelando, fiando e dobando o linho

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  “A espadelada merece descrição especial: a dona do linho chama mulheres para a espadelada , por favor, não por paga. O trabalho é feito ao luar, num terreiro, ou com luz, mas sempre fora de casa. Assistem homens, que formam uma roda ou um quadrado, no terreiro, como espectadores. As mulheres sentam-se ou estão de pé (Cerveira), cada uma junto do seu cortiço , que é aberto para cima ou por baixo. Por entre as mulheres andam rapazes ou crianças a distribuir os anacos às espadeladeiras. A espadeladeira tem na mão esquerda o naco e na mão direita a espadela , com a qual bate no anaco, posto à beira do cortiço.   Assim que o anaco está espadelado, põe-se de lado e recebe-se outro do distribuidor. Enquanto espadelam, cantam em coro: uma começa o canto e as outras continuam. Entrementes vêm os namorados, que se sentam ao pé das espadeladeiras ; alguém trouxe música (harmónico, viola). No fim da espadelada dançam todos. Quando acaba a espadelada, a dona dá de comer:

Trajes do Minho - Postais antigos

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Traje de Afife Traje da Areosa O traje no Minho variava conforme a sub-região Mas o traje antigo da mulher rural do Minho não era uniforme, variando ainda consoante a região – ou sub-região se assim o entenderem! – de acordo com as necessidades climatéricas, os rituais e as mentalidades, o caráter e a habilidade das talentosas artistas que o confecionam. Alegres e vistosos na  Ribeira Lima , desde  Viana do Castelo  até  Ponte de Lima , com mais estopa na  Serra d’Arga , mudam completamente de cor a partir de  São Martinho da Gandra  para quem segue o percurso do  rio Lima  até ao  Soajo . E, que dizer do  traje de lavradeira  de  Ponte da Barca , de  Barcelos  ou de capotilha na região de  Braga ? Todos estes e muitos outros, com as formas mais diversas, mais não são do que variantes do traje de lavradeira minhota ou, melhor dizendo, diferentes trajes que a mulher rural outrora usava no Minho. Naturalmente, a vivacidade das cores e a beleza artística do traje usado nas zona

Trajes Femininos Regionais do Minho - Lavradeiras

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Tomaz Ribas , no seu livro " O Trajo Regional em Portugal " afirma que a paisagem do  Minho ,  " variada de vales profundos e espraiados, litoral recortado e serras que se alongam para o interior desde Arga ao Gerês, tem de marcar necessariamente o trajar do minhoto, ora pela exuberância da cor e do desenho, ora por uma frugalidade contida ." O traje de lavradeira "É mundialmente conhecido o  traje domingueiro de lavradeira  vulgarmente conhecido por “ traje à vianesa ”. Por estes dias, vemo-lo a desfilar por todas as romarias da nossa região, na  Senhora d’Agonia  e nas  Feiras Novas , no  São João d’Arga  e nos festejos da  Senhora da Bonança . Mas, afinal, de que se trata realmente o  traje de lavradeira ? De uma forma genérica, o  traje à lavradeira  era a roupa que a mulher do campo usava nas suas lides diárias como em dias de festa e de romaria, diferenciando-se naturalmente a que empregava no trabalho da que guardava para ocasiões especiais. E distinguia

Casas Tradicionais Portuguesas - desenhos

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Exemplos de casas tradicionais portuguesas segundo ilustração publicada na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira Sugerimos a leitura do artigo  A arquitetura e a engenharia na criação da casa tradicional. “A concepção de casa tradicional do ponto de vista arquitetónico assenta na reunião das linhas estéticas do edifício que variam consoante a região e os hábitos culturais onde se insere. De igual modo, a engenharia que é empregue na concretização do projecto arquitectónico corresponde às exigências naturais e culturais que presidem à sua construção, nomeadamente as características dos materiais e as suas necessidades de utilização. E, falamos de projeto arquitetónico uma vez que, por mais elementar que seja o seu planeamento, sempre que alguém se propõe a edificar algo, tem sempre presente uma ideia, ainda que rudimentar, daquilo que vai construir – o projeto! Tal como sucede com o vestuário, também a casa tem como função primordial o refúgio, a proteção e o bem-estar do

Imagens da Festa das Cruzes, em Barcelos - 1912

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A Festa das Cruzes em Barcelos Grupo que se salientou pelo rigor e correção do traje regional "A Festa das Cruzes é uma das mais importantes que se realizam em Barcelos. Têm lugar anualmente de 2 a 5 de maio." Barcelos - Margem do rio Cávado A festa das Cruzes em Barcelos Passagem do cortejo no Largo de Santa Cruz (Fotografia de C. P. Cardoso - Foz do Douro) A Festa das Cruzes em Barcelos Um aspeto da feira - Venda de cestos  (Fotografia de C. P. Cardoso - Foz do Douro) A Festa das Cruzes, em Barcelos Aspeto da Feira - Venda de loiças In "Brasil / Portugal" , nº 320 - 1912/1913 Barcelos - Minho Situada no topo de uma colina sobranceira ao  rio Cávado ,  Barcelos , localizada na antiga província do  Minho , é uma das cidades mais bonitas do Norte de Portugal. A sua origem remonta à época romana, mas foi no século XII, quando  D. Afonso Henriques  lhe concedeu foral, que a sua história começou. No século XV ganhou importância política ao tornar-se sede do  primeiro du

Vila Franca do Lima, a terra dos cestos de flores e da Festa das Rosas

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É aqui, em Vila Franca do Lima , que se inicia o ciclo de romarias do concelho de Viana do Castelo [ Minho ]. Na segunda semana de Maio , a vila enfeita-se para as festas em honra da Senhora do Rosário . As raparigas vestem o traje negro das mordomas para o desfile dos “ Cestos floridos das Mordomas ”. Nas orelhas, os brincos à rainha, pois, segundo reza a tradição, rapariga que não use brincos é apelidada de “fanada” e permite que os maus espíritos entrem pelos orifícios descobertos das orelhas. No peito, os cordões, as arrecadas e as gramalheiras. Na cabeça equilibram um alto cesto feito com milhares de alfinetes que prendem milhares de flores. Fonte: “Cores, sabores e tradições – Passeios no Vale do Lima” Sugestões: Trajos de Entre Douro e Minho (1) Uma casa rústica em Vieira do Minho Grupo de Lavradeiras do Minho no sarau da Sociedade de Geografia - Lisboa

Uma linda minhota em 1915

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  Uma linda minhota Cliché de Gabriel Tinoco, de Coimbra ("Ilustração Portuguesa" - II Série - nº511 - 6 de Dezembro de 1915) "(...) Nesta alegria das coisas move-se a mulher minhota, a mais linda mulher de Portugal. Esculturas perfeitas, como as de Seixas, a quem Páris não recusaria a maçã, palminhos de cara, como as de Afife , que fariam pecar Santo António . E elas sabem-no, as marotas! É ver como as saias se encurtam deixando ver a perna tentadora. É ver como os coletinhos abertos suspendem e amparam os fortes seios. É ver como os bustos se requebram no voltear do Vira e no passear do Regadinho . (...)" Fonte: "Ilustração Portuguesa" - nº 216 - 11 de Abril de 1910 Sugestões: Mulher da Gândara de Montemor e Aldeã das Margens do Mondego | Costumes Portugueses Os trabalhos com o linho, na província do Minho O Traje das Vindimadeiras no Douro

Mulheres, com trajes regionais minhotos, numa espadelada!

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Uma espadelada (c. 1900) A espadelada merece descrição especial: a dona do linho chama mulheres para a espadelada, por favor, não por paga. O trabalho é feito ao luar, num terreiro, ou com luz, mas sempre fora de casa. Assistem homens, que formam uma roda ou um quadrado, no terreiro, como espectadores. As mulheres sentam-se ou estão de pé (Cerveira), cada uma junto do seu cortiço, que é aberto para cima ou por baixo. Por entre as mulheres andam rapazes ou crianças a distribuir os anacos às espadeladeiras. A espadeladeira tem na mão esquerda o naco e na mão direita a espadela, com a qual bate no anaco, posto à beira do cortiço. Assim que o anaco está espadelado, põe-se de lado e recebe-se outro do distribuidor. Enquanto espadelam, cantam em coro: uma começa o canto e as outras continuam. Entrementes vêm os namorados, que se sentam ao pé das espadeladeiras; alguém trouxe música (harmónico, viola). No fim da espadelada dançam todos. Quando acaba a espadelada , a

Os trabalhos com o linho, na província do Minho

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Arrancando o linho para em seguida ser ripado em instrumentos de madeira. Estendendo o linho nos montes depois de ter estado enterrado em poças uns 8 dias Malhando o linho na eira antes de dar entrada no engenho A última malha do linho junto ao alpendre da quinta Moendo o linho: uma junta de bois vai puxando o cabo da roda do engenho. Uma bela espadelada dentro dum alpendre do eido Assedando o linho: a última operação antes de ser fiado Mulheres fiando, e homens dobando no sarilho Duas camponesas com os seus trajes regionais dobando e fiando para em seguida ser urdido Enchendo a canela "Assenta-te, aqui, António, Na mesa do meu tear. Enche-m'aqui as canelas. O mundo deix'ó falar." (quadra duma cantiga popular) Tecendo o linho para atoalhados Um grande tendal de bragal (pano de linho destinado a vestuário atoalhado) Bordando uma camisa de linho (Clichés do sr. Manuel da Silva Leite) Ler texto sobre estas imagens  aqui . Fonte: " Ilustração Portuguesa ", nº3