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Costume do Minho: Lavradeira conduz junta de bois!

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Um costume do Minho  (Foto de C. Dias Alves Pimenta - Lisboa) in "Echo Fotográfico", nº12 - maio 1907 "O grande orgulho da mulher minhota está todo na sua devoção aos trabalhos agrícolas. Por cima, muito acima da vaidade de possuir um traje vistoso, regional, ela coloca, como nenhuma outra, todo o seu entusiasmo, todo o seu amor, em cuidar da terra, trabalhando e cantando, lado a lado do homem. Bem sei que a mulher portuguesa, embora tenha as mãos em casa para rezar sobre o berço de um filho ou diante de um oratório, atira sempre os braços para os trabalhos mais árduos e violentos. Na mulher do Minho , a devoção ao trabalho destaca-se, porém, pela alegria com que ela anda, desde a manhã ao crepúsculo, cantando o moendo o corpo nos serviços dos campos." Guedes de Amorim (1) ***** As Lavradeiras do Minho As lavradeiras do Minho representam uma parte importante da história e cultura dessa região do norte de Portugal. Essas mulheres desempenharam um papel fund

Antigamente: venda de louça preta de Bisalhães à beira da estrada

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Antigamente, e até à construção do IP4 (que ligava Amarante a Bragança, passando por Vila Real ), os oleiros de Bisalhães mostravam e vendiam as suas peças (umas mais utilitárias outras mais decorativas) à beira da « sinuosa estrada do Marão EN15 ». Hoje, apenas podemos vê-los a trabalhar (um ou dois) e adquirir as suas peças, em estruturas fixas construídas pela Câmara Municipal, na Avenida da Noruega, após a saída do IP4, em direcção ao centro da cidade de Vila Real. Para saber mais sobre o " barro negro de Bisalhães ". Sugestões: Refeição no Douro em tempo de vindimas O Traje das Vindimadeiras no Douro A Capucha - Trás-os-Montes

Refeição no Douro em tempo de vindimas

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Foto retirada de " O Douro - Principaes Quintas, Navegação, Culturas, Paisagens e Costumes " - Manuel Monteiro Refeições na Região do Douro, durante as vindimas «Nos dias de vindima , a alimentação fornecida pelo vinhateiro melhorava um pouco: – o pequeno-almoço (almoço) constava de caldo, uma sardinha com batatas e vinho; – o almoço (jantar), de caldo, bacalhau com arroz regado com vinho ; o jantar (ceia), do mesmo que o pequeno-almoço. – A merenda ficava por conta do jornaleiro. Quintas havia, contudo, como já dissemos, bem menos generosas. Segundo Geoffrey M. Tait, a diária por si observada na sua estada por terras alto-durienses em época de vindima consistia: – ao pequeno-almoço, uma  sardinha  assada nas brasas e um cálice de aguardente; – ao almoço, uma sopa grossa de batata, feijão, couve e macarrão, uma tigela de arroz e uma ração de água-pé à descrição; – ao jantar, o mesmo que ao almoço, possivelmente com outra sardinha. Os carregadores, esses r

A Capucha - Trás-os-Montes

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Mulheres do concelho de Boticas (Trás-os-Montes / Barroso) trajando Capuchas. Mulher com Capucha, "fazendo meias", junto de gado bovino. A Capucha De entre as peças de vestuário que apresentam simplicidade de feitio e riqueza de aplicação recorde-se a capucha, de que se ocupou José Júlio César, em Terra Portuguesa . «Nunca a fértil imaginação de alfaiate ou modista inventou peça de vestuário mais apropriada e útil. Não é fácil precisar bem a sua origem, mas tudo leva a crer que viesse do Oriente, sendo trazida à região pelos Árabes , se é que o modelo não foi extraído de alguma gravura, estampa ou desenho vindo dos Lugares Santos , o que é muito natural. Portanto a capucha ainda hoje é precisamente o manto que, desde o princípio do Cristianismo , aparece cobrindo a maior parte das imagens.  Apenas foi modificado o modelo, adaptando-lhe no cimo, na parte que há-de assentar na cabeça, uma semi-rodela de pano em forma de meia-lua. Ler+ Sugestões: As segadas - Castanhe

As segadas - Castanheira - Chaves - Trás-os-Montes

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Os segadores no fim da ceifa. O grupo de segadores ao entrar na povoação. As segadas “Rezam as velhas crónicas de tempos idos… Os povos primitivos viviam da “recoleição” de frutos. Eram recolectores. E afinal de contas também nós hoje colhemos e armazenamos os alimentos, embora de maneira diferente. Festa da recoleição, lê-se em velhas crónicas da sua existência, em tempos muito antigos. As suas celebrações tinham plena razão de ser, pela estabilidade que geravam para ao longo do ano se poder contar com a ausência de penúria. Quando nos meus tempos de criança observava a peregrinação diária dos pobres das portas, ia tomando conta de alguns desabafos que se ouvia dizer, com a força de orações como esta: que nunca nos falte o pão e o caldo.  Ler mais Sugestões: Imagens da Festa das Cruzes, em Barcelos - 1912 Trajes regionais femininos do Norte, por ocasião da visita d'El-Rei ao Norte (1908) Tipos de mulheres – arredores do Porto (1896)

Romaria ao Senhor da Serra - Belas - concelho de Sintra

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Romeiro ao Senhor da Serra, em Belas. Romaria ao Senhor da Serra “Nos finais do século XIX e começos do século XX, a romaria ao Senhor da Serra, foi uma das mais afamadas e concorridas que então ocorriam nos arredores de Lisboa. Esta realizava-se na localidade de Belas, no concelho de Sintra. As festas tinham lugar na magnífica herdade do antigo Paço Real de Belas, a poucos quilómetros de Queluz. Este Paço integra uma capela do Senhor da Serra e a Via-sacra, constituindo estes os principais motivos de atração dos romeiros. A região é abundante em monumentos megalíticos, existindo no local um dólmen sobre cuja tampa se encontrava derrubada. Tinham por costume os romeiros escorregar sobre ela, tradição que sugeria a sobrevivência de ritos ancestrais ligados à fertilidade. Terminada a romaria, os festeiros regressavam como podiam: de carroça e a pé ou de comboio, que tinham de o apanhar na gare de Queluz.” Ler o texto na íntegra,  aqui . A imagem mostra os romeiros escorregando

A Croça e a Capa de Burel usadas em Trás-os-Montes

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Uma croça (capa de juncos) com " polainitos " e chapéu de palha.  Um bordão com uma " cabaça " para transportar água ou vinho.  Atrás um " carro de bois ".  Ao fundo, a Serra do Marão . Texto sobre as croças e quem as fabricava . Uma Capa de Burel original, adquirida na aldeia de Telões , concelho de Vila Pouca de Aguiar. As fotos foram tiradas na aldeia de Meneses, freguesia de Torgueda - Vila Real. Fotos: Maximiano Pinto Sugestões Uma vendedeira no Mercado do Porto (1883) A Feira das Mercês no Domingo, 16 de Outubro de 1904 A Capucha da Serra do Caramulo

Campinos do Ribatejo

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«(...) Atravessa-se a vila de Azambuja, e já a cada momento, na estrada, é necessário diminuir a marcha do automóvel para deixar passar os rebanhos de ovelhas e carneiros, as manadas de potros e éguas, conduzidos à vara por campinos a cavalo, de barrete vermelho e meia branca, jaleca ao ombro, erectos nas selas mouriscas.  São homens altos e secos, pernaltas com músculos de cavaleiros, a face moura, os matacões tufando da carapuça, o mento e o lábio superior escanhoados, que do alto do cavalo sorriem com desdém para o nosso veículo hipercivilizado.» ( Carlos Malheiro Dias - 1875/1841, in Grandes Agrários Ribatejanos ) Sugestão: " Campino, o aristocrata da lezíria " Campinos do Ribatejo nas Avenidas de Lisboa Sugerimos a leitura dos textos abaixo As cores republicanas no barrete do campino ribatejano O campino do Ribatejo tal como atualmente o conhecemos, altivo na sua montada, com o seu pampilho, apresenta-se invariavelmente com – o seu colete encarnado, – faixa ver

O Traje das Vindimadeiras no Douro

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O Traje das Vindimadeiras no Douro No primeiro terço do séc. XX,  " As vindimadeiras vestiam um berrante lenço de cabeça, uma blusa e uma saia, de cores claras, cingiam, por vezes, a cintura com um xaile de merino e calçavam socas.  Os homens, por seu lado, cobriam-se com um chapéu de palha ou de feltro, de aba larga, vestiam calças de cotim ou de linho e camisa de linho ou riscado, umas e outras geralmente remendadas, e calçavam socos ".  in "Alto Douro, terra de vinho e de gente", A.L. Pinto da Costa | Foto retirada da obra: "O Douro", de Manuel Monteiro A propósito, sugere-se a leitura do artigo "Vindimar até ao lavar dos cestos" Chegou o Setembro e com ele as primeiras águas de Outono.  O ano agrícola propriamente dito chegou ao fim.  É tempo de vindimas e também de desfolhadas na região de Entre-o-Douro-e-Minho que aqui o milho é de regadio e por esse motivo se realizam mais tarde em relação às terras em que a sua cultura é de sequeiro.   Sa

Danças Populares e Tradicionais Portuguesas (1)

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"Chula Rabela" - Ilustração de Mário Costa (1902-1975)   « Chula Amarantina ; Chula de Santa Cruz ; Barqueiros e " Paus ”. Estas são apenas algumas das versões da ‘chula' que percorre as margens do Douro e se estende até ao Minho . Atrai para os átrios das igrejas, os que gostam de bailar e sempre que chega o Natal, aproveita-se para comemorar com umas "chulas".» Saber mais... "Dança dos Pauliteiros" - Ilustração de Mário Costa (1902 - 1975)   «No planalto mirandês existem grupos de oito homens que vestem saias e tem paus. Dispensam apresentações. Já todos os conhecem: são os Pauliteiros de Miranda .  Com os saiotes brancos, lenços, os chapéus e os pauliteiros transportam uma tradição que procuram defender com unhas e dentes. E apesar de já não existirem tantos grupos como antigamente. As letras, os passos e os trajes ainda se mantêm fiéis à origem.» Saber mais... "Vira do Minho" - Ilustração de Mário Costa (1902 -

Costumes Portugueses: na volta do trabalho

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Costumes Portugueses: na volta do trabalho (Cliché do sr. Miguel Monteiro , de Vila Real) Ilustração Portugueza, 28 de Abril de 1916 A fotografia "não engana"...  Embora as crianças estejam colocadas em pose para o fotógrafo, as roupas que envergam são como as dos adultos, embora adaptadas ao respectivo tamanho. Infelizmente, continuamos a ver, com tristeza, Grupos que se dizem " etnográficos " a trajarem as respectivas crianças com roupas bem diferentes destas!... A pesquisa ainda deixa muito a desejar. JP Sugestões: Trajes regionais femininos do Norte, por ocasião da visita d'El-Rei ao Norte (1908) Lavrador de Carriça em 1896 | Tipos do Norte Lavradeiras de Santa Marta (Viana) espadelando, fiando e dobando o linho

A vida dos marinheiros do Rio Douro (3)

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«Barco rabelo carregado de pipas, atracando ao cais da Carvoeira, no Porto «(…) Nos « barcos rabelos » ao passar nas graníticas « galeiras » do « Escarnicha » que, como outras colunas de Hércules, defendem a infortunada « Terra do Vinho » - eis que das « apégadas » grita o « mestre »: - Bota fora o Frade! E nisto o moço do barco empunha a «trombeta» e dela tira sons que levados de ribanceira em ribanceira vão ao longe ecoar… Por detrás da montanha, na margem esquerda, em lugares populosos antigamente, vivem quase em alfobre as famílias da « maruja » do Douro. Ao ouvirem esse sinal, as famílias dos « marinheiros » ausentes vão postar-se à espreita e mal hão reconhecido os seus, eis que por atalhos, verdadeiros carreiros de cabras, descem até ao rio e os « marinheiros » do barco deixam de remar no « pego » e atracam na praia. «Barco rabelo» a subir o Douro em frente ao Porto E é do abraço dos velhos pais já decrépitos, das mulheres que os filhos trazem ao colo ou das namo

A vida dos marinheiros do Rio Douro (2)

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Marinheiros carregando pipas de vinho no «barco rabelo»  «(…) Atingindo o barco o seu destino, muitas vezes à custa de remos e puxado à «sirga» pelos « marinheiros », ou seja em Riba-Corgo ou Baixo-Corgo , vai um da companha participar a chegada ao lavrador ou ao comissário de vinhos. Pelos íngremes caminhos rústicos, verdadeiros « gorrêtas », descem até ao cais carros de bois a carregarem pipas vazias, que voltam a trazer cheias das adegas. Interessante e digna de estudo também a vida trabalhosa dos carreiros do Douro ! Reboladas as pipas, cheias do mais afamado e precioso dos vinhos , sobre as pranchas, para o barco, pela « maruja » às ordens do « feitor » - ei-lo ali vai, rio abaixo, ao sabor da corrente, enquanto os « marinheiros » cantam e riem, conversando uns com os outros por meio de cantigas em que o verso é incorrecto e o estilo monótono, mas tão cadenciado e harmónico como o bater das « pás » abrindo em laivos cristalinos a água profunda!   «Barco rabelo»

A vida dos marinheiros do Rio Douro (1)

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   «O « barco rabelo » é talvez a última relíquia das primeiras embarcações peninsulares e, pelo seu todo característico, pelo seu aspecto nunca modificado, é porventura ainda o mesmo que os Fenícios construíram quando, nos tempos lendários da História Antiga, demandaram as costas lusitanas e ganharam os rios.  O célebre historiador Estrabão refere-se aos « barcos rabelos ». «Barco rabelo» subindo o Douro,   em frente à Ponte do «Porto Manso»  Nenhum outro barco pode navegar o Douro e, se às vezes, nas «barcas de passagem», o tipo fundamental sofre modificações, quer sejam guiadas pelas fortes moçoilas de Avintes , nos arredores do Porto, ou liguem, em Cima Douro, a Beira esforçada a Trás-os-Montes enérgico – a sua configuração não muda, é a mesma, só adaptada a outro fim. «Barco rabelo»   atracando ao caes dos Guindaes no Porto Minguado no verão o Douro que navegam, no Inverno parece um mar; e é por isso que se chamam «marinheiros» aos tripulantes dos « barcos rabelos », res

Os carreiros do Douro (2)

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Na sequência do post anterior ... António Luís Pinto da Costa, na sua obra « Alto Douro – terra de vinho e de gente » (Edições Cosmos, Lisboa, 1999), escreve que «(…) Os cascos eram transportados pelas empinadas veredas e calçadas alto-durienses em carros de bois, especialmente concebidos para essa função:  o cabeçado era ligeiramente encurvado para cima para não estrangular os animais nas descidas;  o chedeiro não tinha soalho, ficando com as travessas à vista para ser mais leve;  as chedas , levemente encurvadas para dentro, prologavam-se para além da última travessa do leito, para que nelas pudesse assentar-se, atravessado, um pipo de vinho, o penso dos bois ou o que fosse preciso para a viagem; as rodas, embora de madeira, tinham amplos espaços vazios e reforços de grandes pranchetas de ferro ( meias-luas ou seitoiras ), para se tornarem leves e resistentes;  as molhelhas , feitas de couro e forradas a pano vermelho protegiam a cabeça do animal: o chiadoiro do eixo nas treito